terça-feira, 5 de julho de 2011

Quando o tesão pela vida anda morno...é era de jogar um balde de aguá quente ou gelada...pelo amor!!!

"Sempre desprezei as coisas mornas, as coisas que não provocam ódio nem paixão, as coisas definidas como mais ou menos, um filme mais ou menos, um livro mais ou menos. Tudo perda de tempo. Viver tem que ser perturbador (...) O que não faz você mover um músculo, o que não faz você estremecer, suar, desatinar, não merece fazer parte da sua biografia." (Martha Medeiros)

Estive pensando hoje sobre o quanto a gente se permite amornar a vida. Quase conseguimos o emprego dos sonhos, faltaram dois pontos para passar naquele concurso, estivemos à beira de cometer uma loucura deliciosa por amor, perdemos três dos cinco quilos em excesso, compramos a casa que era quase igual a que desejávamos, saímos sempre cinco dos dez minutos necessários para não pegar fila no trânsito, demos um "quase perfeito" ao encontro romântico, enfim, aprendemos que quase nada sai como planejamos e nos conformamos com a pilha de frustrações que vamos acumulando nas quatro paredes que dividem conosco alegrias contidas e tristezas camufladas.
Ninguém quer viver sozinho, mas a solidão muitas vezes é maior quando, acompanhados, não nos enxergamos. E como pesa essa amarra que nos aprisiona o corpo e a mente, tornando-nos reféns da nossa própria sorte.
O fato é que nos calamos, chegando ao ponto de não termos mais o que falar; não existe linguagem que esclareça o que está indecifrável. Falta sensibilidade para perceber que nem tudo pode ser resolvido com uma ou duas conversas amistosas, talvez, nessa hora, seja o caso de apagar a luz e sussurrar uma ou duas palavras desconexas no ouvido, apenas para traduzir ou testar o que se sente e deixar aos gestos (que falam a linguagem do prazer) as possíveis respostas para acabar com a mornidão presente.

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